Acordei assustado. Que sonho mais estranho, um senhor que aparentava ter uns 60 anos falava com convicção ao transcrever seus pensamentos para um velho pergaminho. Baixinho e barbudo mais parecia um anão de um filme medieval, falava em francês mas de algum jeito sabia o que ele disse, mas não me fez nenhum sentido
“Toma X partes de ouro fino, limpo e purgado 9, 10 a 11 vezes unicamente pelo lobo voraz e, em seguida 11 partes de Satúrnia real, e funde-os num cadinho. Quando estiver em fusão, lança dentro X de ouro fino, funde os dois e revolve com carvão ardente. Teu ouro reagirá um pouco. Deita-os num mármore, moído em pó com 12 de azougue.
Fá-los ficar como manteiga ou queijo, moendo e agitando um e outro, aqui e ali, de quando em quando, lavando com água limpa vulgar, até que a água saia clara e a massa pareça clara e branca (farás assim com a lua fundida).
Está feita a sua conjugação com a Satúrnia real solar. Logo que fique como manteiga, tomarás a massa, que secarás lentamente com um pano ou tecido fino, com muita arte. Eis o nossos chumbo e a nossa massa do ouro e da lua, não vulgares, mas filosóficos. Coloca-os, agora, numa boa retorta de barro refractário, preferível de aço, depois num forno, e dá-lhe fogo, aquecendo pouco a pouco. Acopla um receptor adequado na retorta durante duas horas e
aviva, depois, o teu fogo tanto, que o mercúrio passe para o receptor. Este é o mercúrio ou água da roseira florescente, o sangue dos inocentes, pois é a água do ouro e da lua filosofais. Podes crer que aquele mercúrio devorou um pouco do corpo do Rei e poderá dissolver com muito mais poder o outro, que será, mais adiante, muito mais aberto pelo corpo da Satúrnia.”
Depois disso eu simplesmente não ouço mais nada, apenas vejo o senhor beijar um retrato de uma moça bonita e apagar a única vela que sobre a mesa. Tudo fica na escuridão.
Olhei para o relogio 4:00h muito cedo para levantar, me virei varias vezes na cama mas não me senti confortavel. Decidi sair mais cedo para o ultimo dia de visitas em Moscou.